quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

“para Marte rapidamente e em força”

Vem no Jornal de Notícias e para não vos tirar o agradável efeito de surpresa deixo-vos mesmo só com o título – "Maioria garante enriquecimento ilícito até dia 31." 
E então? Vale ou não a pena gastar os 90 cêntimos que custa o jornal só para saber como é que um título destes se desenvolve e explica?...

Voemos entretanto até à página 5... 
"Astronauta defende ocupação de Marte." 
Foi ontem, na Universidade do Minho, que Richard Linnehan, astronauta, norte americano, defendeu a cooperação entre os países que se dedicam à investigação espacial. Nesse contexto definiu ainda que a próxima etapa da aventura espacial será a colonização do planeta Marte.  Conquistar e povoar e antes disso, apostar no turismo espacial...
O jornal lembra que Richard Linnehan tem um currículo de 58 dias no espaço, em 4 viagens , durante as quais efectuou uma meia dúzia de caminhadas fora da nave. O jornal não diz, mas se fala em caminhadas subentende-se que tenham sido feitas sobre a superfície da Lua, claro está...  Já quanto a este “para Marte rapidamente e em força”... citemos o próprio astronauta: "Quando estamos no espaço e olhamos cá para baixo, para o planeta Terra confrontamo-nos com as nossas possibilidades. Aqui em baixo tudo parece tão grande e tão distante mas, no espaço, observas e pensas que afinal não é um lugar assim tão grande e por isso temos de fazer as coisas funcionar." Enfim, esta última declaração é quase tão enigmática como aquela outra do enriquecimento ilícito até ao fim do mês... Fazer as coisas funcionar é sempre de boa política, mesmo sem nunca ter sequer entrado a bordo de um avioneta... Já quanto à alegada insignificância do nosso planeta, no contexto do próprio Universo, desde que Galileu arriscou a vida para provar que é a Terra que anda à volta do Sol e não o contrário, que já se tinha desconfiado isso... 
Vejamos agora a questão da grandeza ou pequenez do nosso planeta, da nossa própria dimensão e até– como diz o astronauta – das nossas possibilidades...  Bom, tudo é tão absolutamente relativo, que entre o infinitamente grande e o infinitamente pequeno... tudo no Universo tem o tamanho que deve ter e é isso que o torna indispensável e único ...  se algumas dessas coisas são imperceptíveis ao olhar humano... paciência, é assim mesmo, talvez um dia.

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