sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Uma coisa em si, aliás em dó


O Quiosque da Maria Pandilha


Hoje entramos pelo I.
A Europa permite fuga ao fisco de empresas deslocalizadas - lê-se em chamada de capa; já o título maior remete-nos para um assunto que começou ontem a agitar a opinião pública e toda a comunicação e que hoje ainda merece maiúscula nas primeiras páginas dos jornais. Diz então o I que os hospitais do norte já racionam medicamentos como defende o conselho de ética..  No Público: Hospitais do Serviço Nacional de Saúde já fazem racionamento de fármacos mais caros – acrescentando-se e sublinhando-se que o parecer do conselho nacional de ética para as ciências da vida defende que deve haver contenção de custos em 3 grupos de medicamentos, mas que alguns hospitais públicos já fazem esse racionamento... Seja como for – e é já o Correio da Manhã a falar – o parecer do conselho de ética abre a porta ao corte de remédiosTambém o JN fala disso - Governo estuda corte nos tratamentos de doentes cancerosos e com sida.. No entanto, os médicos recusam aplicar tal medida no tratamento ao cancro e à sida  - é o que avisa o Diário de Notícias... E para já é isto. 
Claro que muita gente se terá perguntado o que terá tudo o que acabámos de ouvir a ver com ética? Economia talvez, finanças certamente, agora ética?... Talvez se devesse mudar o nome à coisa e passar a chamar-lhe Conselho Nacional de Economia e Finanças da Saúde Pública.. 
Entretanto e se esta medida for mesmo avante, só nos resta desejar que nenhum dos actuais membros do conselho de ética acabe por precisar de algum destes tratamentos de que agora se fala, nem ninguém da família, ou por quem estes conselheiros nutram um especial afecto...  
Uma das razões ontem conhecidas, ou antes, um dos critérios era a esperança de vida do doente.. como quem diz , se valeria a pena gastar cera com tão ruins defuntos?...  Aqui sim, uma questão ética.
Ainda na senda do poupar rapidamente e em força.. temos a manchete do DN avisando que passos coelho terá exigido aos ministérios que cortem onde puderem nas respectivas despesas, aqui não foi o conselho de ética, foi mesmo o presidente do conselho, do conselho de ministros, claro.
E ontem Passos avisou para mais austeridade, apelando ao empenho dos portugueses – diz o Correio
O Público diz por seu lado que o governo pode cortar a duração do subsídio de desemprego.. não a duração do desemprego, mas do subsídio, só. Enfim uma coisa de cada vez...
E vamos por aí fora então alegremente acertando contas com a actualidade...  
Penso que as más noticias já as demos todas, vamos às boas...
Estado dá a 20 empresas 850 milhões de benefícios fiscais – diz o Económico
Muitas operações da Caixa Geral de Depósitos são empréstimos a especuladores da bolsa – diz Silva Lopes, ex governador do Banco de Portugal, no Económico também. 
No de Negócios temos que Bruxelas já está a analisar a queixa da ilegalidade nas rendas excessivas da EDP. No Público, Nuno Crato garante que a valorização salarial dos professores do ensino superior não é excepção nenhuma, simplesmente decorre de obrigações legais.. Bom, enfim, também era só o que faltava que fosse feito à margem da lei...
E acho que já chega...  
Deixem que abra a janela a ver se corre um arzito mais limpo.. 
Ah sim e em Barcelos inaugura-se amanhã uma exposição antológica de mestre Cutileiro.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A Fábula do Garrafão


Quem o diz é quem o é, cala a boca Chimpanzé!


Muito provavelmente a afirmação nem era dirigida aos bombeiros, tanto mais que os bombeiros, muito antes p’lo contrário, até trabalham e muito... 
Mas a verdade é que, depois do primeiro ministro ter alertado a Nação contra alguma pieguice insidiosa e pandémica, ontem foi a vez do ministro Macedo da Administração Interna ir a Vouzela, à inauguraçãode um quartel de bombeiros e aproveitar a ocasião para chamar calações aos portugueses. Enfim, não foi bem isso textualmente o que disse, como decerto já sabeis. O ministro preferiu invocar a fábula de La Fontaine e afirmar que Portugal não pode continuar a ser um país de muitas cigarras e poucas formigas...   O que vale por dizer que Portugal é um País de preguiçosos, ou calações, como se diz em linguagem mais chã. Passamos portanto do tom meio paternal do primeiro ministro para um tom de insulto mesmo.
Mesmo a ser verdade, ninguém gosta de ser chamado mandrião...

Mas, falemos então de formigas.
Acontece que as formigas trabalham que nem escravas. Consta que não têm noção de individualidade. Funcionam como um grupo e para o benefício da comunidade – e isso é bonito, mas dá-se o caso que não têm sequer noção de que o fazem; ou seja, aceitam, sem questionar o destino que a natureza lhes reservou. 
Sabe-se também que a formigas vivem numa sociedade de castas muito bem definidas, onde a rainha tem alguns privilégios indiscutíveis... Já no que toca a manter e alimentar o formigueiro, essa é tarefa das obreiras, formigas fêmea, que nem asas têm, porque a elas são interditos altos vôos, sejam eles reais ou metafóricos.

E chega de formigas... Vamos às cigarras. 
Não consta que vivam de rendimentos ou trabalho alheio... Comem do que conseguem arranjar.. e se cantam.. enfim, sabe-se que não tem nada a ver com algum estado de espírito mais eufórico, mas é antes uma contingência da própria natureza.. Supõe-se que seja, mas, se quisermos ir pela metáfora da coisa... podemos dizer que – assim sim! - um bom exemplo – trabalha e canta. Alegria no trabalho portanto.
Alegria no trabalho, como se dizia antigamente, no tempo em que o Inatel ainda se chamava FNAT – a Federação Nacional para a Alegria no Trabalho...

Quanto ao resto.. do que o ministro Macedo da Administração Interna disse em Vouzela, quando lhe perguntaram o que achava da contestação popular, que vem agitando o país e até as deslocações dos vários ministros a vários eventos e inaugurações, como aconteceu com ele próprio à chegada a Vouzela... disse que era uma situação normal...  O jornal não diz, mas deve ter sido aí que o povo de Vouzela serenou. Enfim, se é normal...

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

SECRETOS DE PORCO PRETO - UM FADO


UNIDOS NA DIVERSIDADE


À RAZAO DE JUROS


O QUIOSQUE DA MARIA PANDILHA


O QUIOSQUE DA MARIA PANDILHA
E hoje começamos pelas despedidas..
Morreu Santiago Carrillo, o último herói comunista da Europa Ocidental– como o apresenta o Diário de Notícias em destaque de primeira página, lembrando depois que Santiago Carrillo, um veterano da Guerra Civil espanhola,  foi uma figura central no processo democrático em Espanha, enquanto secretário geral do Partido Comunista. Cargo que ocupou durante22 anos, até 1982. Lembra ainda o DN que Carrillo sempre foi muito próximo de Portugal e da vida política portuguesa, tendo conquistado a simpatia de Mário Soares e provovcado a irritação de Álvaro Cunhal.
A outra despedida é a Luiz Goes... o trovador sublime da Coimbra Mítica, como lhe chama o jornal Público, glosando assim o epíteto que lhe dedicou o jornalista Adelino Gomes, numa entrevista em 2008... Luis Goes estava há algum tempo internado numa unidade de cuidados continuados em Mafra, onde acabou por falecer ontem, aos 79 anos. Lembra o jornal que Luis Goes nunca gostou verdadeiramente de ouvir chamar Fado, à canção de Coimbra.. Coimbra, cidade onde nasceu e onde sempre disse que gostaria de voltar, para o repouso eterno. Assim será. O corpo de Luis Goes será hoje sepultado em Coimbra, menina e moça.

Quanto ao resto da actualidade... essa traz-nos de volta a esta apagada e vil tristeza.. 
Dizem os jornais que as mexidas na taxa social única podem levar um ajuste ou dois... Passos recua e negoceia nova versão da TSU – anuncia o DN... Descida da Taxa Social Única só reduz 1,2% dos custos das empresas.. e assim, aos poucos, vai-se fazendo luz sobre os motivos que levarão o Governo a rever e eventualmente recuar nesta matéria... Oiçamos o Diário EconómicoGoverno responde aos empresários após críticas às mudanças na TSU
E o Diário Económico trocou a cor de rosa, em que costuma vir impresso, pelo verde.. um verde a apelar à sensibilidade ecológica do leitor.. aliás, melhor explicando e pelas palavras do próprio jornal: O Diário Económico dedica a edição de hoje ao desenvolvimento sustentável das empresas e à promoção da economia verde...
E já que estamos nos de finanças e economia, vamos ao Jornal de Negócios...Erros de tráfego nas PPP custam 250 milhões.. acrescenta-se que as falhas foram identificadas nas previsões em duas PPP ferroviárias; no caso, a Fertagus e a Metro Sul do Tejo. Esperava-se mais clientela. Ela não apareceu e o Estado, o erário público pagou a diferença, para que as empresas não fossem beliscadas nos lucros previstos... ou seja, 250 milhões de euros pelos passageiros que eram para ir e não foram... Há um provérbio português que fala disto: contar com o ovo no cu da galinha. Neste caso, o ovo não saíu e quem levou com a merda foram os cofres do Estado. Faz sentido.

Depois, se deixarmos descair o olhar sobre o título que se segue... as melhoras não serão muitas. Diz assim: metade dos deputados acumula funções com o privado.. Honit soit qui mal y pense.. dizia que as melhoras não seriam muitas por essa razão evidente... é ingrato, um funcionário com as responsabilidades de um deputado ter de acumular dois empregos para poder sobreviver e pagar as despesas do dia a dia...
Mas essa parece ser uma das contingências da crise em curso... oiçamos a chamada de capa no DN: médicos fazem 48 horas para ganhar 3100euros... O que isto quer dizer não sei. Só pelo título não vou lá...
Já quanto aos hospitais,,, à situação financeira dos hospitais.. diz o Público que o buraco dos hospitais diminuiu 100 milhões num mês. E este número é francamente impressionante.. os hospitais conseguiram reduzir num só mês e em cem milhões de euros o passivo acumulado.. Cem milhões de euros num mês.. espero que este número vos impressione também um bocadinho, senão começo a sentir-me estranho.. bom adiante.
Os computadores do Governo sofreram 800 mil ataques só em Agosto.. diz o DN que um dos piratas conseguiu mesmo entrar na base de dados da Comissão Nacional de Eleições...

Eleições, ora aí está.. ou não. Na primeira do I, Mário Soares desafia Cavaco a formar um governo de Salvação Nacional.

E ainda não falámos do Correio da Manhã nem do JN.
não falámos, nem falamos. Ora aí está. A crónica é minha, escrevo o que me apetecer. 
Bom dia e passar bem.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

METÁFORA PARABÓLICA



E hoje, todos os diários, menos o Correio da Manhã, dão conta, em primeira página, do ambiente de alta tensão, como lhe chama o Jornal de Notícias, de rota de colisão, como lhe chama o I, de inacreditável pressão, na versão do Diário de Notícias, de crise de divisão, na versão do Diário Económico, ou, se preferirem a versão do Público, o braço de ferro entre CDS e PSD, a propósito das alterações na taxa social única...
Tirando isso, podemos começar agora pelo Correio da Manhã, que faz hoje manchete com uma espécie de balanço da manifestação de Sábado passado. Escreve o Correio que a polícia deteve alguns manifestantes que foram apanhados com armas perigosas durante o protesto. Petardos e fisgas, por exemplo. O título resume o ponto da situação: Radicais na mira da polícia.. É também na primeira do Correio, que se deitam contas à frota automóvel do Governo : 208 automóveis. Só ao  serviço do primeiro ministro, pelas contas do jornal, são 31.  Consta que o gabinete da criatura em epígrafe já desmentiu, corringindo: são só 21!, carago! ( o carago, acrescentei eu...)
Quanto ao concurso para novos dirigentes do Estado. O concurso começa hoje,  diz o Económico, mas só para o ano se sabem os resultados. Para já, o que se sabe, é que há 800 vagas para preencher, em cargos de direcção.. Oitocentos novos directores de serviços. Carago, que agora, desta é que é!
Outras contas , aqui no Económico, “Jogo rendeu menos 11milhões aos cofres do Estado” e mais esta: “Estrangeiros cortaram em 20% a exposição à banca". E espero bem que saibam o que isto quer dizer – isto da exposição à banca, porque o de Negócios fala da mesma coisa. Só que aqui é a Caixa Geral de Depósitos. Diz assim: "Caixa tem exposição de 850 milhões à dívida das PPP"...   Ainda no de Negócios, mas em letra mais gorda, diz a manchete que os médicos arriscam uma quebra extra no salário líquido... Isto porque, médicos, mas também diplomatas e polícias e militares serão afectados pelo alargamento da base de incidência, previsto nas Grandes Opções do Plano, o que faz com que o corte no ordenado seja superior ao que decorre da simples subida da taxa social única para os trabalhadores..... E só mais esta do de Negócios: o.Governo admite despedimentos nas fundações que forem extintas.
Agora o Público.. temos hoje em primeira página Hunter Halder, cidadão norte americano a residir em Portugal e o criador do projecto Re Food. Uma iniciativa que se resume nisto: recolher, em restaurantes, a comida que sobra e distribui-la depois, quase porta a porta, por pessoas que precisam... o projecto já não é novo e quase todas as televisões o entrevistaram e realçaram o trabalho.. Hoje o Público abre-lhe duas páginas em destaque especial, porque agora é no bairro de Telheiras que Halder e a Refood começaram a actuar. A ideia é conseguir cobrir toda a zona da grande Lisboa com esta iniciativa. Em nota aparte deixem que sublinhe este número: por ano são desperdiçados mil e 300milhões de toneladas de comida, no mundo inteiro.
E na primeira do DN , uma que parece ser boa notícia: Mortes por enfarte baixaram de 4 para 3 por dia. De 2005 até ao ano passado, a percentagem destes casos baixou 30%, o que quer dizer duas coisas: aspessoas tem mais cuidado na prevenção e os meios de tratamento também melhoraram... 
Quanto à manchete do Jornal de Notícias, já não é tão auspiciosa e vem quase ao encontro da reportagem sobre Hunter Halder e a Refood.. diz assim, a manchete do JN: Pobreza: Cáritas recebe 15 pedidos de ajuda por hora--- só um pormenor: Caritas, não leva acento no primeiro A, porque vem do latim e quer dizer caridade e em latim caritas não leva acento, claro que, sem acento, algumas pessoas poderiam ler caritas.. mas isso só mesmo quem não souber do que se está a falar, já que a Caritas é bastante antiga em Portugal e mesmo sem acento, creio que ninguém lê caritas em vez de Caritas.. mas enfim era mesmo só um pormenor... sendo que, em linguagem técnica, ver aqui Caritas com acento é o que se chama na gíria – ruído puro. E vamos ao I... Saiba tudo sobre empréstimos bancários para estudar...  poderia acrescentar-se, em sub título- não se metam nisso, mas não, vamos antes ao primeiro parágrafo desta chamada de capa: pagar um curso superior a prestações sai cada vez mais caro... Pois diz que sim, tirar um curso, comprar uma casa, comprar um automóvel, ir de férias, ou o que seja... a prestações sai sempre mais caro... sempre.  
Penso que por esta altura já toda a gente se deu conta disso. Alguns mesmo da pior maneira.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O TEMPO NÃO ESTÁ P'RA FESTAS



E hoje, para variar, entramos pelos jornais de economia. 
E assim sendo, temos o Diário Económico convidando o leitor a conhecer algumas alternativas aos depósitos a prazo... Enquanto o Jornal de Negócios, em edição de fim de semana, traz um caderno especial dedicado aos mais poderosos da economia nacional; sendo que alguns, bastantes, não são de facto portugueses, mas de uma forma ou de outra são quem domina a economia portuguesa. Uma lista detalhada com os nomes e rostos desse Portugal que não comando – como lhe chamou o jornal... um Portugal independente.. independente, de quê, ou de quem?... Eventualmente um Portugal independente, como quem diz um Estado dentro do Estado.  Outra matéria a merecer chamada de capa, no de Negócios de hoje, é Eduardo Gageiro. O fotojornalista de um país amargo. É assim que o jornal o apresenta , a propósito da exposição: Lisboa amarga e doce. Diz o jornal que é este o nome da nova exposição do fotojornalista que passou a ter mau feitio. Bom e não será por uma questão de mau feitio, mas a verdade é que não encontro aqui referência a onde e até quando a exposição está, ou vai estar aberta ao público...
Do semanário Sol , desta vez sublinho só a chamada de capa que diz que Super pé de meia já vendeu 1 milhão de boletins. A super pé de meia é uma raspadinha – penso que sabem o que é uma raspadinha.. enfim, seja como for, esta diz que tem um prémio grande de 2 mil euros pagos mensalmente durante 12 anos.. Por isso, desde 20 de Agosto, quando apareceu no mercado, e até hoje já se vendeu um milhão destes cartõezinhos da sorte.
Agora o I... e daqui fiquemos com a notícia de que a economia paralela em Portugal vale – é o que diz aqui... - vale um monte de notas de 100euros da altura do Everest... a imagem, convenhamos que está bem achada, se bem que ninguém acredite verdadeiramente no rigor científico desta observação.
O Correio da Manhã.. daqui sublinhava este pequeno aparte, que compõe e completa a manchete. E neste pequeno aparte cita-se Passos Coelho, o primeiro ministro em exercício... e diz isto: Passos manda patronato e empresas públicas baixar preços... Manda patronato e empresas baixar preços.. é o que está aqui escrito: Passos manda patronato e empresas públicas baixar preços...

O Jornal de Notícias. Aqui temos uma chamada de capa convidando-nos a espreitar o que se passa em Paredes, a capital da cadeira contemporânea. São 9 exposições internacionais que se inauguram hoje à tarde em simultâneo. Nove exposições distribuídas por 3 pólos. A estação dos comboios, a casa da cultura de Paredes e o antigo pavilhão gimno desportivo. A entrada é livre. 
Já quase a cair da capa, o JN anuncia ainda que, em Águeda, uns empreiteiros terão lucrado 8 milhões de euros com falências fraudulentas.. Não diz, pelo menos em título, o que se vai agora fazer a esses empreiteiros. O que se sabe e anuncia é que fizeram de facto falências fraudulentas...

Vamos ao DN, que já não falta tudo.. E no Diário de Notícias de hoje temos, por exemplo, a notícia do aniversário da orquestra Gulbenkian. 
50 anos de vida e saúde, mas isso já os meus amigos sabiam... e provavelmente sabiam também que amanhã, por  causa disso mesmo, todas as actividades são de entrada livre
O programa começa às 3 da tarde com o "Pedro e o Lobo" e a "Sinfonia dos Brinquedos" – Prokofiev e Haydn, portanto, sob a direcção de Joana Carneiro.

Por fim o Público, de onde vos destaco esta chamada de capa: Metas no Português criam problemas de aprendizagem. A maioria dos alunos não conseguirá alcançar o que vai ser obrigatório em fluência de leitura. 
É o que adverte uma investigadora citada pelo jornal, no caso, Dulce Gonçalves, especialista em dificuldades de aprendizagem, sendo que a dificuldade aqui denunciada é a da rapidez de leitura. Ou seja pretende-se que os miúdos consigam ler 55 palavras num minuto. Número que deverá subir para as 125 palavras por minuto, por alturas do 4º ano de escola. 
Enfim, 55 ou 125... desde que percebam o que estão a ler e a dizer... desde que a leitura não se fique só por esse campeonato de rapidez e fluência, que isso dá jeito é para relatar jogos de hóquei em patins...

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

No Tempo dos Assassinos


Estrelinha de Belém



Vem no DN, em fecho de edição e remete-nos para a entrevista que o primeiro ministro vai dar esta noite à RTP. 
Acontece que, como já é costume, Passos Coelho recebe os jornalistas em S.Bento, em vez de se deslocar às instalações da televisão. E isso, segundo o jornal e segundo fontes da própria RTP, representa um custo acrescido de 4 mil euros... É o que diz aqui: vai custar mais 4 mil euros do que se tivesse lugar nos estúdios.. Diz que sim, mas se calhar não. 
Atente-se no que vem a seguir: “contas feitas, uma deslocação destas custa entre 5 mil e 5.500 euros, contando com a equipa toda. Se a entrevista fosse em estúdio, o custo seria muito menor e rondaria os 4 mil euros." 
Ora então, vamos lá a rever as contas e o título... se em estúdio custava 4 mil e no exterior vai, no máximo, aos 5.500.. então custa mais, no máximo, 1500 euros.. e o que dizia o título?: entrevista a Passos custa mais 4 mil.. pois não.
Mas, seja como for, a questão, para além de ser essa também, nem é essa. Ou seja, diz aqui que esta despesa se refere à deslocação para s. Bento de 6 câmaras, uma grua e um carro de exteriores, além da iluminação que foi instalada na véspera e ainda a maquilhadora que há-de preparar o 1º ministro e os jornalistas também, decerto, para a entrevista.  Portanto, será isso que encarece desta forma a realização da entrevista. Ora, partindo do princípio de que as câmaras , as gruas, as luzes e o carro de exteriores já estão pagos, ou pelo menos não vão ter de ser alugados para o efeito... e que a maquilhadora, assim como o restante pessoal mobilizado para o exterior não vai receber mais dinheiro pelo serviço. (até porque "exteriores" faz parte do serviço)... ficamos com a deslocação em si. Enfim, talvez um pouco mais que isso, mas, de qualquer forma, isso ou um pouco mais que isso custa 5 mil euros, ou 5.5oo, sendo 4 mil euros de custo fixo e mais 1500 da deslocação.. 1500 euros para ir da avenida marechal Gomes da Costa, a Cabo Ruivo até S. Bento...  nem de avião! 
Mas, vamos supor que Passos Coelho resolvia dar a entrevista nos estúdios da televisão. 
Mesmo assim, diz o DN , isso iria custar 4 mil euros.   Porquê, não diz. Diz só que custa 4 mil euros, entrevistar o 1º ministro na televisão, em estúdio. Também não diz se é assim normalmente, ou seja, se uma entrevista de 50 minutos a uma pessoa na televisão custa 4 mil euros...   e se custa, como e porquê.. Isto, partindo do princípio de que, em Portugal, não é costume a televisão pagar aos entrevistados, para darem uma entrevista.

o Quiosque da Maria Pandilha



E por falar em crise, temos hoje uma curiosa, se bem que discreta, chamada de capa no Diário de Notícias. Esta, que cita Durão Barroso, enquanto presidente da Comissão Europeia e que diz assim: O presidente da Comissão Europeia culpou os bancos de comportamento irresponsável e de práticas intoleráveis, isentando o euro de responsabilidade na crise...   Bom e a pergunta que fica é obviamente essa: e agora JoséManuel? 

Já quanto à manchete, a do DN de hoje é uma quase não notícia. Diz que Vitor Gaspar admite mais cortes até final do ano.
O Público destaca a intenção da Alemanha de abrir caminho ao fundo de socorro. Diz o Público, que a Europa já respira de alívio, depois deste anúncio. Outra matéria em destaque  é a entrevista ao chefe da missão do FMI, Abebe Selassie. Como chamariz o jornal sublinhou-lhe esta frase: Simplesmente reduzir salários em Portugal não vai resultar... Ainda no Público deixem-me a mim que sublinhe  só mais esta chamada de capa: Em 2030, 49% dos portugueses terão mais de 50 anos. A partir daqui o jornal deixa a pergunta: ainda haverá Estado social, por essa altura?

No Jornal de Notícias a manchete anuncia a intenção de Luis Filipe Menezes de se candidatar à Câmara do Porto , isto porque segundo a opinião do próprio, Portugal precisa... É talvez uma das revelações do dia: Portugal precisa de Menezes na Câmara do Porto.  Já quanto à letra mais miúda, destacava só esta que diz que ir à farmácia fora de horas custa 2 euros e meio a mais de taxa  e esta outra que diz que as rendas de casa vão a sofrer o maior aumento em dez anos. 
A primeira do I faz manchete com a crise política em curso. Fala dos dias tensos da coligação, fala da ameaça de militares e policias de se juntarem à manifestação de Sábado que vem, fala do apelo do ministro das finanças ao PCP para que pressione as grandes empresas a baixarem os preços... E aqui, há que parar – muito sinceramente alguém acredita que alguma grande empresa dê ouvidos a apelos do Partido Comunista Português, ou até Alemão?... Então sigamos em frente.
O Económico avisa que as rendas de casa vão aumentar 3,4% a partir de Janeiro.. o tal aumento histórico de que falava o JN...  e diz também que a concessão da ANA – aeroportos e navegação aérea - é uma das medidas temporárias defendidas por Vítor Gaspar para este ano.
E vamos ao de Negócios: as taxas moderadoras deverão subir 2,6% no próximo ano; as farmácias passam a estar abertas menos tempo... Haja saúde, portanto, quanto mais não seja pelas razões que acabámos de ler...
Quanto aos cortes nas pensões.. diz o de Negócios que correm o risco de ferir a Constituição... a ilustrar a manchete, o jornal publica uma fotografia de Cavaco Silva, com ar apreensivo, lembrando o jornal que hoje o presidente da República recebe o líder do partido socialista, em Belém, em sendo 11 e meia da manhã...  Ainda em legenda a esta fotografia e acrescento a esta notícia, lê-se que os cavaquistas aconselham estratégia de silêncio ao presidente da República...  isto, os cavaquistas, já os outros, o jornal não diz.
No Correio da Manhã a manchete vai para o saneamento em curso na função pública. Estado dispensa 100 mil e passa a reforma para os 65anos. Já os contratos a prazo que não vão ser renovados, esses afectam pelo menos e pelas contas do Correio, 85 mil pessoas.. A completar a capa, o jornal publica alguns instantâneos do momento em que, ontem, em Santarém, durante a cerimónia da entrega do prémio da agricultura, ministra Assunção Cristas ia levando com um ovo, lançado da assistência. 
Já as revistas da semana...  a Visão pergunta com que dinheiro vamos viver em 2013.. lançando-se depois a fazer um pequeno balanço e contas ao governo e à popularidade do 1º ministro... Enquanto a Sàbado  dispara o alarme e garante que o ano que vem será o pior das nossas vidas. Em chamada de capa,  invoca-se ainda o novo presidente da RTP, que, segundo a revista, terá em tempos levado uma pistola para uma reunião.. Se só isso já soa estranho, mais estranho ainda se calhar soará quando dissermos que a pistola era falsa, de brinquedo.. de faz de conta...  de palhaçada. A pistola, a reunião não sabemos.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Portugal pode não ser grande, mas é alto!


o Quiosque da Maria Pandilha


E hoje começamos com uma notícia de última hora:
Os portugueses estão dispostos a fazer sacrifícios – a revelação é feita por Vitor Gaspar, o ministro das finanças do governo em exercício e é também a manchete do Diário de Notícias, chamando assim a atenção para a entrevista que o fleumático ministro deu ao histórico diário lisboeta... Claro que Vitor Gaspar é o rosto em quase todas as primeiras páginas dos jornais do dia e pela razões que todos vós decerto suspeitais. Já quanto às manchetes, elas não variam assim muito. Por exemplo, no Jornal de Notícias fala-se num aperto colossal – glosando assim a tal blague do desvio colossal , se ainda vos lembrais do episódio... 
Já no Público lemos que os sacrifícios continuam apesar do alívio das metas. No Correio , o título maior avisa que os recibos verdes e os reformados estão a ser os mais castigados com esta crise em curso. 
O I acentua ainda mais o tom trágico da notícia do dia e escreve isto: Choque e Pavor
Quanto aos económicos,, o Diário Económico diz que os privados e os pensionistas suportam o aumento da austeridade em 2013, enquanto o de Negócios sublinha o aumento da idade de reforma para os 65 anos em 2013... 
Do resto, dos pormenores das medidas anunciadas ontem na televisão antes do Azerbeijão, ou antes, antes do jogo de futebol Portugal-Azerbeijão.. os pormenores decerto  e em princípio não vos hão-de passar despercebidos, a curto prazo, ou mais tarde ou mais cedo...

Agora o resto.. o jogo de apuramento para o mundial do brasil.. Portugal lá acabou por ganhar por 3 a zero, num jogo que só mesmo na recta final definiu o vencedor.. isto apesar dos jornalistas, que cobriram o acontecimento, não se cansarem de repetir que a equipa azeri era fraca, bastante fraca.. mas só mesmo quase ao cair do pano é que Portugal conseguiu quebrar o enguiço e furar as redes da baliza adversária. Seja como for, os jornais desta quarta feira elogiam a prestação portuguesa. Por exemplo o DN garante que foi uma exibição convincente, já o Público lembra que Portugal precisou de uma hora para marcar ao Azerbeijão, enquanto o Correio  fala em massacre. Um massacre que só deu golos no fim. 
E assim sendo, entre o futebol e o anúncio de mais medidas de austeridade para alguns cidadãos, pouco sobra nas primeiras dos jornais desta quarta feira...
E assim sendo, deixo-vos só com mais duas discretas chamadas de capa..
Primeiro esta, do Ivale a pena ser licenciado; mais 69% de ordenado e esta outra, do Correio da Manhã:  na baixa do Porto, um jovem licenciado está em greve de fome e diz que assim vai ficar até arranjar emprego.