sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

adeus minhas encomendas!

Vem no Diário de Notícias, que acaba de chegar ao parlamento uma petição pela sobrevivência das farmácias.  A iniciativa foi de uma farmacêutica da Guarda e merece a aprovação total do bastonário da ordem dos farmacêuticos. O que se reclama é, por exemplo, a reposição das margens de lucro para os 20%, o fim dos descontos nos medicamentos sujeitos a receita médica e tudo isso em nome da sustentabilidade das farmácias, em especial as do interior do país. É aí que a crise mais se sente e segundo a farmacêutica autora da petição... se as farmácias do interior forem obrigadas a fechar as portas por dificuldades financeiras, não lhe parece que esses pequenos aglomerados populacionais sejam apetecíveis para quem eventualmente pretenda investir no sector...
Já o bastonário da Ordem, Maurício Barbosa, está naturalmente preocupado, porque diz que está aqui em causa o acesso dos doentes aos medicamentos e que tudo isto cria ao mesmo tempo um clima de pressão sobre os profissionais do sector.. Bom isso , da pressão, só quem está no convento saberá o lá vai dentro.. já quanto ao acesso dos doentes aos medicamentos.. é óbvio que se todas as farmácias fecharem por alegada incapacidade de se manterem no mercado... aos doentes resta a hipótese de se irem aviar aos hospitais, ou a outros pontos de venda autorizada que entretanto surjam,,,
Mas avancemos um pouco mais no texto do DN, que o que se segue parece interessante...
Ainda o bastonário Mauricio Barbosa: a redução das comparticipações e também das pensões e ordenados estão a levar muitas pessoas a não comprar toda a medicação, o que tem reflexos na situação das farmácias...
E de repente temos aqui duas situações preocupantes.. de um lado as farmácias que podem falir por coisas como esta, a da margem de lucro ter descido dos 20%...  e por outro, os consumidores que estão sem dinheiro para comprar medicamentos, o que naturalmente se reflete na facturação das farmácias.. E a nós o que deverá preocupar mais?... As farmácias poderem falir porque a margem de lucro desceu dos 20%, ou perceber que a quebra das vendas é um dos sinais da falta de dinheiro, que se reflecte já nos cuidados mais emergentes de saúde do cidadão comum?...
É que , um farmacêutico pode sempre reconverter o negócio e passar a vender, por exemplo, perfumes e cremes de beleza..  já um doente , ou toma as mezinhas que o médico lhe receitou, ou então... como se diz, quando não nos dói nada ... ou então, adeus minhas encomendas!

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