quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

não consta que, no corno de África, a malta seja muito de fazer seguros de vida...

Vem no I e anuncia-se desta forma breve e enigmática: "clientes do Deutsche Bank ganham dinheiro a apostar na morte de idosos".
No desenvolvimento da notícia explica-se entretanto como a coisa se faz. É assim. 
O banco alemão está comercializar um – como se diz – produto financeiro – a que chamou: DB Life Kompass 3 – DB de Deutsche Bankpresume-se... e baseia-se  em apólices de seguros de vida que permitem aos clientes... bom, o melhor é ler o que está aqui escrito: "...baseia-se em apólices de seguros de vida que permitem aos clientes do maior banco alemão apostar indiretamente na expectativa de vida de idosos norte americanos. O funcionamento do fundo é simples; o Deutsche Bank adquire apólices de seguros de vida norte americanos, assumindo a responsabilidade pelo pagamento de prémios no futuro. Quando o segurado morre, o montante da apólice é transferido para o fundo do Deutsche Bank. Se os idosos viverem muito tempo, o banco ganha, mas se morrerem prematuramente é o investidor quem lucra." 
A rematar acrescente-se que o banco compra apólices baseadas em estatísticas de 500 norte americanos com idades entre os 70 e os 90 anos. Bom comecemos por aqui e vamos admitir que neste escalão etário, que vai dos 70 aos 90, falar-se em morte prematura talvez seja um pouco exagerado... e avancemos para a outra questão que fica em aberto com esta notícia. 
E a questão é obviamente esta : porquê idosos norte americanos? Será que na Alemanha os idosos não fazem seguros de vida?... Porque não apostar na morte de idosos alemães?
Claro que podia apostar-se também em idosos , por exemplo etíopes, ou somalis, ou eritreus... só que aqui tínhamos um problema. Se, por um lado, no corno de África se morre cedo, seja por fome, ou doença, ou em conflitos armados, o que daria algum lucro fácil aos investidores... por outro lado, não consta que, no corno de África, a malta seja muito de fazer seguros de vida...

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