quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Moloch agradece

É até matéria de capa no I... Que o Santuário de Fátima vai começar a comercializar o azeite, que produz num terreno que possui. Diz o jornal, que o azeite não tem ainda denominação comercial, nem se sabe quanto irá custar... o que se sabe é que o olival do santuário produziu 2500 litros de azeite, na campanha do ano passado. O título da notícia diz que o Santuário quer assim entrar no mundo dos negócios. No entanto ressalva-se – falando em negócio, em números e contas - que os últimos números que se conhecem reportam-se ao ano de 2005 e somam um total de mais de 17 milhões de euros. Desde então o santuário nunca mais apresentou contas publicamente; tendo o antigo reitor Virgílio Antunes justificado esse facto com uma ausência de regulamentação da Concordata, prometendo, no entanto, isto há dois anos, que seria apenas uma breve pausa, na divulgação dos resultados... uma pausa que já leva, ao que consta, 7 anos...
Quanto ao olival – fica no sítio onde alegada e historicamente se deu a 4ª aparição da Virgem aos 3 pastores – Lúcia, Jacinta e Francisco. Tem quase  5 mil árvores plantadas em 60 hectares de terreno, no Monte dos Valinhos e Aljustrel. 
Até agora o azeite produzido era usado para abastecer casas de retiro, sendo o excedente vendido a uma cooperativa... Bom, mas quanto ao restante merchadizing religioso, que vai alimentando o orçamento do Santuário de Fátima, o jornal lembra que os terços são ainda o produto mais procurado e vendido e há-os de todos os tamanhos e feitios e a todos os preços.... outros artigos, naturalmente com muita saída, são as velas ... diz o jornal – e aqui pedia-vos a vossa atenção para o que se vai ler de seguida... diz assim: a tradição de acender uma vela no santuário já não é o que era... agora os peregrinos contentam-se em atirar as velas para uma fornalha em chamas..
E é isto.
Ou seja, em vez de acender uma vela, como quem invoca uma qualquer protecção, ou benevolência superior ... como quem ilumina o desespero.. agora lançam-se as velas ao fogo de uma fornalha.. como quem lança a desgraça para as chamas do Inferno, pr’a que arda, p’ra que estoire... p’ra que se dane até à Eternidade.
Moloch agradece e sorri satisfeito, enquanto passa a mão sebosa pela barriga.

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