quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

necessidades imediatas

Vem nos jornais de hoje, depois de ontem ter feito notícia em todas as televisões.
E o caso leva-nos até ao Porto, onde um sem abrigo, há dois anos, foi apanhado a sair do Pingo Doce com uma embalagem de polvo congelado e um frasco de shampô debaixo da roupa. O segurança interceptou-o na altura e na altura também os artigos foram devolvidos à loja. Mesmo assim, o Pingo Doce apresentou queixa e, tratando-se de um crime semi público, o ministério público foi obrigado a dar provimento à queixa e andamento ao processo.
Enfim , um andamento um pouco lento, já que só agora, dois anos depois, se conhece a sentença e a sentença é que este homem , cujo paradeiro nem sempre é muito certo, a última vez que o viram vivia numa fábrica abandonada e hoje nem o advogado oficioso de defesa sabe onde ele pára...    a sentença determina que o réu ou paga, neste caso, dez vezes mais que o valor dos artigos que pretendia roubar... ou isso , ou vai preso.
Quanto às razões que levaram o tribunal a decretar esta sentença... diz o Jornal de Notícias que foi porque não ficou provado que os bens em causa fossem para satisfazer necessidades imediatas... E aqui talvez sejamos obrigados a concordar com o parecer do tribunal. Necessidades imediatas não seriam, já que, no caso do polvo congelado, haveria primeiro que esperar que ele descongelasse, antes de o poder cozinhar e comer... 
Quanto ao Pingo Doce, diz o jornal que disse que, insistir na queixa foi uma forma de dar o exemplo.
E vão dois.
O primeiro exemplo do Pingo Doce, se bem se lembram , foi transferir a sede para a Holanda. Agora estoutro.

De caminho temos ainda a manchete do I, que diz que Berardo, o comendador empresário, está falido e que por isso a Caixa o BES e o BCP terão desistido de lhe cobrar dívidas. Bom, vá lá, que podia ser pior...
Quero eu dizer, falido, como diz o jornal que está,  se nessa desesperada condição o comendador empresário fosse apanhado a levar clandestinamente um polvo congelado debaixo do casaco, à saída do Pingo Doce, talvez não tivesse a mesma sorte.
Talvez o Pingo Doce não lhe fizesse a atençãozinha que lhe fizeram os bancos a quem devia uns quantos milhões de euros...

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