sexta-feira, 11 de novembro de 2011

e outra que nem por isso

Temos aqui uma boa notícia e outra  que nem por isso.
Comecemos pela boa notícia. Vem no Diário de Notícias, que a EDP acaba de ser eleita a melhor do mundo, em performance empresarial pela American Productivity and Quality Center, associação norte americana, com sede em Houston, Texas. Diz o jornal que é líder mundial em actividades de benchmarking de melhores práticas e de performance empresarial...

Ora, nos Estados Unidos está em visita de Estado o presidente da república portuguesa e diz o DN que ontem Cavaco , dirigindo-se a um grupo de empresários norte americano, disse que as privatizações de alguns sectores chave da economia são oportunidades de negócio – subentende-se – de bom negócio.




E como exemplo disso aí temos  a notícia de que a EDP, uma das empresas chave da economia portuguesa, que pode vir a ser privatizada, acaba de ser eleita como a melhor do mundo em performance empresarial.


Agora saltemos para o Público, para a página das notícias locais.
Enfim, as notícias são locais, mas vamos já ver que o que se diz aqui,serve que nem uma luva a todo o território nacional e a toda a sociedade em geral; desde os órgãos de decisão ao cidadão comum.


E o que diz aqui é que a região do Algarve vive o drama do falso rico.
Ou seja, os municípios de Loulé, Albufeira e Portimão, entre 2007 e 2010 perderam mais de 50% das receitas de impostos sobre transacções e que actualmente as Câmaras , por exemplo a de Albufeira, tem dinheiro para mandar limpar as ruas e pouco mais... Em contas por alto, diz o Público que as autarquias algarvias devem quase 58 milhões de euros, só à empresa que fornece água à região. Já o desemprego aproxima-se dos 20%. Aliás, o que diz aqui é que ameaça ultrapassar esse número.


Mas fixemo-nos no essencial. Que o Algarve vive o drama do falso rico.
Já percebemos como se conquista esse estatuto... vivendo de fiados... vivendo, como se diz, acima das possibilidades, dando, como se diz também, o passo maior que a perna... e aqui chegados, admitamos que esse estatuto não é, nem de longe, exclusivo do Algarve.


Nem novo aliás.
Faz lembrar aqueles casos de doença grave, de que o doente, depois de conhecer o diagnóstico, fala com nostalgia ... se naquela altura não tivesse efeito isto, ou aquilo, agora não tinha este problema. Claro que, casa roubada trancas na porta, de pouco adianta a gente recriminar-se sobre o facto consumado. É verdade também que certas doenças se insinuam , às vezes até com requintes de encanto e sedução...  
Foi assim connosco, desde os anos 90, quando Portugal foi sendo, paulatinamente, levado a pensar que o crédito fácil era uma espécie de auto estrada sem portagens.
Mas não é.
Quem seria o homem do leme de então, que não nos soube avisar da borrasca que nos esperava?...

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