segunda-feira, 7 de novembro de 2011

a Lâmpada de Al Ladino

Investir.
Há quem defenda que os tempos de crise financeira e económica são bons para quem tem qualquer  coisinha de seu para investir. Janelas de oportunidade – chamam-lhe.
Pois hoje temos aqui um investimento  sério e assumido. A EDP comprou metade da primeira página de dois jornais do dia – o Diário Económico e o Jornal de Negócios. Meia página de publicidade; tendo em conta que é justamente a primeira página, o que está aqui em causa e mesmo desconhecendo as tabelas publicitárias destes dois jornais, uma coisa é certa: não foi barato. Mesmo e apesar deste anúncio não contar com a presença de ninguém conhecido, ou famoso, sorrindo – o que, naturalmente aumentaria o preço da campanha... mesmo sem essa mais- valia... uma coisa deve ser certa: não foi barato.





Mas foi certamente um investimento bem pensado, que, apesar de tudo e de todas as janelas de oportunidade se abrirem em tempos de crise, não parece que seja razão para  aproveitar essa janela aberta para deitar dinheiro  para a rua...
Quanto à mensagem do anúncio – ela convida o leitor a investir na EDP ... a tornar-se um pequeno acionista, portanto.
O anúncio garante que é um investimento seguro e acrescenta à mensagem o logótipo de 4 bancos que, supostamente, estarão ligados a esta campanha de angariação de investidores.


E é isto. Sendo isto duas coisas a um tempo: primeiro, que não deve ter sido barato publicar estes dois anúncios de meia capa nos jornais económicos desta segunda feira.E depois esta, que os novos investidores da EDP terão pelo menos uma pequena consolação, quanto aos aumentos de tarifas e taxas várias incluídas na factura da electricidade... Sendo investidores da empresa, até pode ser uma boa notícia, o aumento dos preços...
Ou então – reformulando a questão em forma de pequeno intermezzo dramático - imaginemos a situação em que uma pessoa costuma por hábito repetido esquecer-se de apagar as luzes de casa, ou as acende mais do que é preciso... essa situação, em que geralmente alguém diz: "Tu deves ser, mas é... (este mas é, é só para reforçar o tom coloquial à conversa.) ... tu deves ser , mas é, acionista da Companhia!"
Aí, naturalmente, a resposta será— "Pois sou !"

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