terça-feira, 22 de novembro de 2011

e o bolor é património mundial da humidade. ora aí está

E como ela é breve, lê-se num instante. Vem no "Público" e diz assim:  "a fadista Mariza afirmou que, se a Unesco confirmar o Fado com Património Imaterial da Humanidade, será um factor de orgulho para os portugueses e sugeriu que o género musical seja lecionado nas escolas."
Como se sabe, começam hoje em Bali as reuniões do comité que vai avaliar as várias candidaturas. São 49 ao todo e vão desde o teatro de sombras chinês ao mariachi mexicano, passando pela peregrinação a Qoyllurit'i, no Peru. O maior ritual religioso da América do Sul, sendo que o santuário fica num remoto glaciar e reúne mais de 30 mil peregrinos todos os anos, numa festa onde se misturam tradições católicas com ritos pagãos...
Mas não nos dispersemos – a decisão final será conhecida no próximo domingo, mas antes disso temos aqui esta declaração da jovem e internacional fadista Mariza. Diz que será um orgulho para todos os portugueses e que o fado deveria ser lecionado nas escolas... porque , provavelmente , também Mariza acredita que o fado é um género único no mundo, no que terá toda a razão...  admitamos que o mesmo se aplica aos mariachis do México, como às vozes búlgaras, ou ao flamenco, ou ao canto gutural que se pratica no Paquistão , ou aos cantos dos Inuits do Canada, Alasca, Gronelândia, por aí...
Ser ou não ser lecionado nas escolas é outra questão.
Mas fixemo-nos no essencial. 
O orgulho dos portugueses com a distinção do Fado como Património Imaterial da Humanidade...   isso será decerto uma coisa boa, porque a sensação de orgulho é sempre uma sensação agradável, que pode inspirar as pessoas e levá-las a grandes feitos  , corajosas conquistas... Fixemo-nos então no essencial e deixemos o acessório, como por exemplo, o facto de não ser só o fado, nem o mariachi, nem o flamenco, nem  as vozes búlgaras, nem o canto sincopado dos esquimós... mas toda a música .. toda a Música é Património Imaterial da Humanidade e dispensa perfeitamente distinções da Unesco, ou seja de quem for.. aliás há até quem defenda que a música , mais que património da humanidade é património e linguagem dos deuses... é a forma deles nos dizerem qualquer coisa... ou antes, de nos dizerem tudo o que vale a pena e é preciso saber sobre o sentido da vida e a terrível e maravilhosa inevitabilidade da morte

E MAIS UMA PR'Ó PATRIMÓNIO


Vem no "DN": "145 Cidades Património Mundial em Sintra." 
Começa hoje e vai até sexta feira, o 11º Congresso Mundial da Organização das Cidades Património Mundial. Segundo o secretário geral da organização, o objectivo é juntar as cidades classificadas para discutir e tentar encontrar ferramentas para reagir às alterações climáticas. Esse é o tema central do encontro: as alterações climáticas nos locais classificados pela Unesco.
Ainda segundo o secretário da organização das Cidades Património Mundial, o que se passa é que essas cidades, quando foram construídas, não levaram em conta essas alterações. Na altura ninguém falava nisso, nem pensava sequer. Em parte porque, nessa altura, esse era um problema que não existia.
Hoje, sublinha Denis Ricard, o secretário da Organização das Cidades Património Mundial, hoje, algumas cidades estão mais vulneráveis e o que tem de ser feito é desenvolver ferramentas para reagir...
Segue a prosa explicando que, neste momento ainda não há nenhuma  que esteja em risco de perder essa distinção por causa disso, mas por isso mesmo é que se deve actuar imediatamente. Diz Denis Ricard – citemos: "não queremos chegar ao ponto em que estes locais podem perder a classificação, especialmente porque não conseguem controlar a poluição (e as alterações climáticas) e seria injusto perderem esse título por algo que não conseguem controlar".. isto foi o que, diz o Público,  Denis Ricard disse... e se já repararam , entretanto entrou aqui sorrateira uma nova personagem, de que ainda não tínhamos falado – a poluição.   Ali, onde se lê que seria injusto as cidades perderem o título por causas que não conseguem controlar como a poluição e as alterações climáticas. Ora bem, admitamos que as alterações climáticas – que eventualmente resultam da poluição – serão um pouco difíceis de controlar, pelo menos a nível autárquico, já a poluição talvez seja um caso diferente. Em legenda à fotografia, que ilustra a breve noticia, o "DN" escreveu isto: "construção de muitas cidades não teve em conta a poluição".. e pode ser certo... não menos correcto seria dizer-se que a poluição não teve em conta as cidades e quem lá vive... porque em verdade , as cidades já lá estavam. A poluição veio depois.

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