sexta-feira, 25 de novembro de 2011

isto anda tudo ligado

E  diz que foram muitos, mas ninguém sabe quantos. Isto é o que diz a manchete do Jornal de Notícias de hoje, quanto à adesão à greve geral de ontem.
Já o I escreve que, segundo os sindicatos, a média se ficou pelos 80%, enquanto os números do governo se fixam nos 10% de adesão.
Já o Diário de Notícias escreve que a polícia teme mais conflitos após os incidentes de ontem nas escadarias de s. Bento.
E temos ainda o Correio da Manhã, que fala de infiltrados na greve geral. Infiltrados radicais, a quem , ao que parece , se deve imputar a responsabilidade por alguns actos menos próprios durante este tipo de manifestações. Os sindicatos alertam para esse perigo, o da moda pegar, digamos assim. Como exemplo, temos o caso dos cocktails Molotov lançados ontem em 3 repartições de finanças. E para encerrar de momento o assunto temos ainda o Diário Económico dizendo que a greve acabou em confrontos e com promessa de mais protestos.
Mais protestos e mais ainda, se se confirmar o vaticínio de mais uma agência de notação financeira que – há que tempo que não se falava já de agências de notação financeira por aqui... saudades?.. bom adiante... -  se se confirmar que Portugal vai mesmo precisar de mais um resgate. É que a Fitch , como já devem saber, classificou ontem como lixo a dívida portuguesa, afirmando de caminho que Portugal precisa de mais austeridade... é , aliás, por aí que segue a manchete do Público: "Sarkozi cede a Merkel e aceita revisão dos tratados europeus." Pode parecer que não, mas isto anda tudo ligado.  É ler o sub-título: "Agência Fitch elogia governo e reduz para lixo o rating de Portugal." Ora, se reduz o rating português a lixo, não deverá certamente ser o governo português quem merece o elogio da Fitch... eventualmente será o governo alemão.. e merecê-lo-á eventualmente pela ideia peregrina de mudar os tratados europeus de forma a encaixar sem sobressaltos os próprios sobressaltos da economia alemã...
E já agora, só para vos provar como isto anda mesmo tudo ligado, deixem que leia a chamada de capa, ainda neste mesmo jornal Público". Diz assim: "Surto de infecções. Malária chegou à Grécia mas poupa Portugal". Segue depois a prosa dizendo que na Grécia, entre 21 de maio e 26 de outubro, 61 pessoas foram infectadas com malária, mas o surto estará controlado e as possibilidades de contágio estão limitadas a uma área específica. Parece não existir o risco de chegar a Portugal. Estão a ver? Assim como as crises que infectam certas economias podem contagiar as economias vizinhas... e o caso grego foi dado como exemplo disso vezes sem conta em relação a Portugal...  pois agora temos esta notícia que fala num surto de malária na Grécia. E antes que alguém fizesse a pergunta parva, o jornal deu a resposta inteligente.. não, a malária não é como o euro.. é menos gananciosa, apesar de tudo.
E  já agora e regressando rapidamente ao caso Fitch e ao mais recente prognóstico da agência norte americana...  oiçam o que diz o Jornal de Negócios: "não é necessário um  novo programa para Portugal – diz analista da Fitch".   Ora, a pergunta que fica é esta: e esse analista ainda lá trabalha? Na Fitch?...

Vamos a ver se a gente se entende. O Público fecha normalmente a edição com uma coluna a que chama de sobe e desce e onde vai afixando o nome das personagens que, no entender do jornal, por ditos e feitos sobem e descem , merecendo assim o aplauso ou a crítica implícita do jornal. E hoje, em queda, temos Ângela Merkel. 
"A chanceler alemã..." - escreve o Público"...continua a impor a sua vontade na zona euro e até a França se vergou ontem ao aceitar que o BCE não terá um papel mais activo na resolução da crise da dívida. Apesar do leilão de dívida alemã mal sucedido da véspera Merkel mantém-se irredutível e avança agora na revisão dos tratados para impor mais disciplina".
E foi então por estas razões, que o Público considerou que a chanceler alemã deveria hoje ser desclassificada.
Então vamos experimentar assim...
O primeiro ministro português continua a impor a sua vontade na zona euro e até a França se vergou ontem ao aceitar que o BCE não terá um papel mais activo na resolução da crise da dívida. Apesar do leilão de dívida portuguesa mal sucedido da véspera, Passos Coelho mantém-se irredutível e avança agora na revisão dos tratados, para impor mais disciplina."
E então e agora? Em que coluna acham que o jornal iria colocar esta notícia?
E se tivesse sido este o caso acham que esta manchete serviria?: Primeiro ministro português põe Europa em sentido. Com Fafe ninguém fanfe .

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