quinta-feira, 3 de novembro de 2011

"Obama volta a ser o mais poderoso" – diz o Jornal de Noticias.
Foi ontem eleito a pessoa mais poderosa do mundo pela revista Forbes.
Acrescenta o jornal que Obama recuperou assim o lugar até agora ocupado pelo presidente chinês, Hu Jintao, que baixa para 3º. Diz ainda que as mortes de Bin Laden e de Muammar Kadafi  terão contribuído para esta revisão em alta do estatuto de Barak Obama.
Ainda segundo o JN, das 70 figuras eleitas, 6 são mulheres, e dessa meia dúzia, uma é Angela Merkl, que surge em 4º lugar, impulsionada pela crise do euro – aliás, o que está aqui escrito é que a chanceler alemã foi eleita a 4ª pessoa mais poderosa do mundo por causa da influência da Alemanha numa união europeia em crise...    E para encerrar o assunto falta só dizer que , ainda nesta lista dos 70 mais poderosos do mundo, estão o chefe de um cartel de narcotraficantes e o chefe de um grupo criminoso, no caso um indiano suspeito de financiar grupos terroristas. É escusado citar-lhe o nome, que duvido que o conheçam. Já estes dois são mais conhecidos e constam também da lista: o criador do Facebook é um deles e é o mais novo da lista, o Papa é outro.
Kadafi não consta que apareça nesta lista, apesar de termos ficado hoje a saber pelos jornais que constaria numa outra, a lista das Nações Unidas para ser distinguido como defensor dos direitos humanos...
Mas aparece nesta outra noticia que o JN publica ainda nesta mesma página.
Não tanto Muammar Kadafi, mas um filho do ex presidente líbio.
O que acontece é que esta jovem italiana acaba de perder o emprego porque  foi namorada de um filho de Kadafi...  Não consta que o fosse ainda, actualmente, mas que terá sido namorada de Mutassim Kadafi durante 4 anos.  Mutassim morreu no mesmo dia em que o pai, durante a guerra civil; já esta jovem, Vanessa, diz o jornal que se chama... Vanessa é modelo fotográfico e era a imagem de marca de uma operadora telefónica alemã. O contracto acabava só para o ano que vem, mas a empresa, mal soube da morte de Mutassim Kadafi, cancelou a campanha e dispensou a jovem modelo.
Ou seja, se Mutassim Kadafi não tivesse morrido, talvez ainda hoje a jovem Vanessa fosse o rosto da telefónica alemã... aliás, se Mutassim Kadafi não tivesse morrido, talvez ainda fosse a Nova Iorque, ver o pai receber a distinção das Nações Unidas,  pela defesa dos direitos humanos.



Agora, outra coisa...


Deu polémica desde a primeira hora. A afirmação do secretário de Estado da juventude, Alexandre Mestre, em S. Paulo, no Brasil perante uma plateia de jovens luso-brasileiros.
E o que o secretário de Estado  disse foi – citemos o Diário de Noticias – "se estamos no desemprego, temos de sair da zona de conforto e ir para além das nossas fronteiras."
Os jornais do dia logo resumiram estas declarações como um convite expresso à emigração dos jovens portugueses. Hoje, o DN escreve que os deputados do partido comunista, no caso, pela voz de Rita Rato, querem que Miguel Relvas, o ministro dos assuntos parlamentares, vá a S. Bento explicar se o governo mantém a confiança política no secretário de Estado, depois destas afirmações, que o PCP considera inaceitáveis...
Ora bem,  quem não for completamente estranho ao tipo de argumentação utilizado em política, decerto que já sabe como é que o ministro, ou até mesmo o secretário de Estado vão responder, se forem responder, pelas controversas declarações. Recitemos o que foi alegadamente dito: "se estamos no desemprego, temos de sair da zona de conforto e ir para além das nossas fronteiras." Ou seja, se estamos no desemprego, temos de sair  da zona de conforto... dessa zona de conforto, em que há empregos para toda a vida; dessa zona de conforto, em que se consegue trabalho na área profissional para que se andou a estudar, ou se tem particular vocação e competência; da zona de conforto, em que o trabalho é pago pelo seu justo valor e não condicionado por orçamentos de emergência... e ir para além das nossas fronteiras, ou seja, abrir os horizontes a todas as possibilidades, inventar, reinventar, criar o próprio emprego, empreender, arriscar... Ir além das  fronteiras , nesse sentido em que a economia é hoje um fenómeno global...  Ir para além das nossas  próprias fronteiras pessoais, nesse sentido de descoberta de qualidades, de forças, de energias que julgávamos que não tínhamos ...  ir para além das nossas fronteiras, nesse sentido olímpico da coisa -  mais rápido , mais alto, mais forte.
 E agora? Já soa menos mal?
Mas não digam que fui eu que disse...

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