quinta-feira, 26 de julho de 2012

LIGEIRAMENTE AO LADO...


Escreve o Diário de Notícias de hoje, em manchete e letra gorda, que Portas recusa imposto especial sobre subsídios no público e privado. Depois, já em sub-título, acrescenta que Paulo Portas, parceiro da maioria no Governo, enviou uma carta aos militantes do partido que dirige, o CDS, afirmando que os impostos atingiram o limite e recusando estender os cortes aos privados, como o primeiro ministro tinha admitido. 
Já no breve texto que serve de chamariz à matéria, que há-de merecer desenvolvimento a páginas 10 e 11 da edição de hoje do DN...  aí lê-se que a carta estava escrita há um mês já, mas que só agora seguiu para os seus destinatários.. sendo que entretanto houve tempo para lhe acrescentar mais uma ou duas coisas, como, por exemplo, a resposta do CDS ao acórdão do tribunal constitucional sobre os subsídios, dizendo que o sector público e privado não podem ser tratados por igual.. e acrescentando também que os impostos atingiram o limite.. E, diz o jornal, que a partir daqui se conclui que Portas é contra uma taxa universal extraordinária, que taxe por igual todos os contribuintes em 2013..
Resumidamente é isto que o jornal diz.. Enfim, lembra também que Passos Coelho voltou ontem a ser vaiado, no caso foi em Cantanhede e que , ontem também, garantiu que não está a pedir demais aos portugueses.. e esta vai sem contraditório – é óbvio que enquanto os portugueses forem respondendo, ou aliás , aceitando sem grande desacato todas as imposições do Governo.. enquanto o caldo não entornar, é porque ainda não se está a exigir demasiado.. ou como quem diz.. enquanto a corda não rebentar, aguenta.. enquanto o copo não deitar por fora ainda leva mais um bocadinho, ou – como quem cai de um décimo andar e começa a ver as janelas a passarem-lhe pela frente dos olhos a uma velocidade assustadora.. enquanto não chegar ao rés do chão, está tudo bem..
Mas agora a carta de Portas aos militantes e, através do DN , a toda a Nação também...
Independentemente do conteúdo, já se percebeu que tem a ver com a governação do país e com um desacerto de opiniões entre o 1º ministro e o ministro dos negócios estrangeiros quanto a política interna...  e aqui talvez que Portas, ou alguém por ele, se tenha enganado no destinatário, na hora de meter a carta no Correio.. Aliás, se calhar nem precisava de escrever carta nenhuma.. já que tudo o que Portas diz , cabe ao 1ºministro decidir se é para se fazer ou não...  e um encontro discreto entre os dois talvez fosse mais útil para se alcançar os objectivos que Portas propõe... não deve ser difícil a Paulo Portas combinar um encontro de trabalho com Passos Coelho e discutirem ambos até à exaustão esses e outros assuntos da Nação.. nem que lhes levasse a noite toda, todo um fim de semana, metade das férias.. a partir pedra, como se diz na gíria.. e se no fim, as posições e opiniões e intenções de ambos se revelassem de todo incompatíveis.. aí a cadeia haveria de quebrar pelo elo mais fraco, que neste caso e contexto seria Paulo Portas.. 
Não me parece que num confronto directo entre os dois, se demitisse o 1ºministro e ficasse o dos estrangeiros.  Aliás, quando cai o 1ºministro, cai o governo todo junto. Costuma ser assim.

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