terça-feira, 31 de julho de 2012

A INSUSTENTÁVEL TRANSPARÊNCIA, ou, OS ANIMAIS SÃO NOSSOS AMIGOS


E temos aqui uma notícia curiosa...
Permitam que siga o relato do jornal Público. 
Entremos pelo título, para facilitar: diz assim: Bancos ajudam a investigar manipulação da Euribor para reduzir multas.
E como se percebe  sem esforço, este título podia partir-se em dois: a saber – primeiro isto: bancos ajudam a investigar manipulação da taxa Euribor.. e até aqui soava perfeitamente, depois acrescente-se mais isto: para reduzir multas – e aí, já a curiosidade começa a levantar fervura.. vamos então ao texto da coisa. Diz o Público que, depois do Deutsche bank , vários bancos ofereceram a Bruxelas mais informação para limitar os danos... ou seja... depois do escândalo do Barclays na definição da taxa Libor, o cerco parece estar a apertar-se também na Euribor, a taxa que serve de referência na grande maioria dos empréstimos em Portugal.. segue o texto explicando ainda que várias instituições bancárias e financeiras, que estão a ser investigadas pela Comissão Europeia por suspeita de manipulação da Euribor, aceitaram dar informações às autoridades em troca de garantia de que  terão multas mais baixas, caso venham a ser consideradas culpadas.

E é isto.
Ou seja, dispoêm-se a dar informações em troca de uma atençãozinha nas multas, caso venham a ser considerados culpados de manipulação .. portanto, pedem uma atençãozinha para não fazerem o que , em linguagem técnica se chama – obstrução à justiçaE depois, caso se conclua que agiram fora da lei.. querem que as penas a aplicar lhes sejam, por especial deferência, mais leves, do que a um outro qualquer mais vulgar vigarista..
No fundo e no essencial parece que é isto que os bancos europeus querem que Bruxelas lhes faça.. o jornal diz que – citemos – “ajudam a investigar”..  podemos aceitar que sim, sendo que, quando se quer realmente ajudar alguém, geralmente não se lhe pede nada em troca.. ajuda-se simplesmente e simplesmente porque sim.
Ponto final.
Parágrafo e definitivo.

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