segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Quem o diz é quem o é, cala a boca Chimpanzé!


Muito provavelmente a afirmação nem era dirigida aos bombeiros, tanto mais que os bombeiros, muito antes p’lo contrário, até trabalham e muito... 
Mas a verdade é que, depois do primeiro ministro ter alertado a Nação contra alguma pieguice insidiosa e pandémica, ontem foi a vez do ministro Macedo da Administração Interna ir a Vouzela, à inauguraçãode um quartel de bombeiros e aproveitar a ocasião para chamar calações aos portugueses. Enfim, não foi bem isso textualmente o que disse, como decerto já sabeis. O ministro preferiu invocar a fábula de La Fontaine e afirmar que Portugal não pode continuar a ser um país de muitas cigarras e poucas formigas...   O que vale por dizer que Portugal é um País de preguiçosos, ou calações, como se diz em linguagem mais chã. Passamos portanto do tom meio paternal do primeiro ministro para um tom de insulto mesmo.
Mesmo a ser verdade, ninguém gosta de ser chamado mandrião...

Mas, falemos então de formigas.
Acontece que as formigas trabalham que nem escravas. Consta que não têm noção de individualidade. Funcionam como um grupo e para o benefício da comunidade – e isso é bonito, mas dá-se o caso que não têm sequer noção de que o fazem; ou seja, aceitam, sem questionar o destino que a natureza lhes reservou. 
Sabe-se também que a formigas vivem numa sociedade de castas muito bem definidas, onde a rainha tem alguns privilégios indiscutíveis... Já no que toca a manter e alimentar o formigueiro, essa é tarefa das obreiras, formigas fêmea, que nem asas têm, porque a elas são interditos altos vôos, sejam eles reais ou metafóricos.

E chega de formigas... Vamos às cigarras. 
Não consta que vivam de rendimentos ou trabalho alheio... Comem do que conseguem arranjar.. e se cantam.. enfim, sabe-se que não tem nada a ver com algum estado de espírito mais eufórico, mas é antes uma contingência da própria natureza.. Supõe-se que seja, mas, se quisermos ir pela metáfora da coisa... podemos dizer que – assim sim! - um bom exemplo – trabalha e canta. Alegria no trabalho portanto.
Alegria no trabalho, como se dizia antigamente, no tempo em que o Inatel ainda se chamava FNAT – a Federação Nacional para a Alegria no Trabalho...

Quanto ao resto.. do que o ministro Macedo da Administração Interna disse em Vouzela, quando lhe perguntaram o que achava da contestação popular, que vem agitando o país e até as deslocações dos vários ministros a vários eventos e inaugurações, como aconteceu com ele próprio à chegada a Vouzela... disse que era uma situação normal...  O jornal não diz, mas deve ter sido aí que o povo de Vouzela serenou. Enfim, se é normal...

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