terça-feira, 23 de abril de 2013

ACTUALIDADES


 E hoje, ao lermos as manchetes dos jornais do dia, confrontamo-nos com títulos como estes… 
No Correio da Manhã : “saco azul nas empresas públicas – 3 mil milhões de euros (sub entende-se , de prejuízo) especulação com taxas de juro superiores a 20%...” No Público : “swaps tóxicos fizeram subir juros de empresas públicas para 20% - casos de especulação na Metro do PORTO, STCP, Metro de Lisboa eCarris – PGR estuda inquérito. Comissão de valores mobiliários anuncia investigação; contractos geram mais de 170 casos na Justiça…” No Diário Económico : “Estado ameaça com tribunal os bancos que recusem negociar os Swaps...” até sexta feira que vem, o Estado espera finalizar a renegociação dos contractos de cobertura de alto risco, feitos por empresas públicas e que somam perdas potenciais de 3 mil milhões de euros… No Jornal de Notícias: “PGR investiga jogo financeiro nos transportes…”E no DN lê-se que “dois secretários de Estado caíram por ter sido detectado um buraco de 3 mil milhões em empresas públicas.”E puxei este assunto à conversa, não só pela importância que ele tem e que é bem evidente no destaque que todos os jornais lhe dão, mas, principalmente por outra coisa.. . Ou seja, ler estas manchetes não vos dá de repente uma certa nostalgia, sei lá, uma saudadezinha do tempo em que o real problema, o grande problema da pré falência nacional era a classe média e a classe média baixa e a outras todas daí para baixo terem andado a viver acima das suas possibilidades, a gastar à tripa forra o dinheiro que não tinham… era tudo tão mais fácil, quando a culpa era do macaco!...Mas deixemos-nos de saudosismos e avancemos até à página 22 do Público e a este título enigmático : “Só uma confissão poderá salvar Dzhokhar Tsarnaev da pena de morte”.Ora, Tsarnaev é o jovem suspeito de ser um dos autores dos atentados de Boston. O jovem de 19 anos que está internado na sequência dos ferimentos, durante a perseguição policial. Posto isto, atente-se no título - só uma confissão o poderá salvar da pena de morte.. portanto, se confessar que foi um dos autores dos atentados, salva-se da pena de morte ; se não o fizer, se não o confessar, ou admitir sequer… é condenado à morte—ou seja, se nunca reconhecer que foi o autor dos atentados.. é executado. Fará decerto sentido… mas enfim, também aqui, se puxei este assunto foi por outra razão. Esta, por exemplo: se a classe média portuguesa tivesse confessado, ou pelo menos admitido logo, nos primeiros dias, que era de facto a responsável pela situação económica do país… talvez se tivesse livrado da pena capital a que a condenaram.

E agora deixem que vos fale de xaropes para a tosse… E isto a propósito de um título no Público de hoje. Este onde se lê que durão barroso reconhece os limites da política de austeridade e acrescenta que a política é correcta, mas que não foi bem explicada aos cidadãos.E é aqui que entra o xarope para a tosse. Ou seja, se o xarope for bom, ou antes, se for de facto o medicamento indicado para a doença em causa, há-de forçosamente de fazer efeito e curar o doente e combater a maleita, mesmo que o doente não saiba sequer pronunciar o nome do princípio activo da mezinha em causa… isto parece ser do senso comum…Outros jornais contam que o presidente da comissão europeia terá dito antes que a austeridade atingiu o limite. O que não é rigorosamente a mesma coisa que dizer-se que se reconhece que ela- a austeridade – tem limites .. que isso também é fácil de crer que sim.. que aliás, de tudo o que se conhece, só mesmo o Universo não tem limites.. é ilimitado… que o resto – até o povo mais iletrado o sabe – que não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe..Mas há entretanto aqui um outro pensamento de barroso e que , por exemplo, o Diário de Notícias destaca e sublinha. Diz então o DN, que disse Barroso, em Bruxelas, que – “os portugueses são extremamente trabalhadores.” E aqui, a esta pequena humilhação, poderíamos nós muito bem ter sido poupados…Quanto mais não seja porque, se o trabalho dignifica, não se percebe como é que tantos salafrários que se fartam de trabalhar – pequenos ladrões, mafiosos médios e grandes investidores em negócios escuros, não conseguem , mesmo assim, nenhuma dignidade que se apresente, ou recomende.Quero eu dizer, porque é que os filhos da puta, por mais que “batam punho” continuam filhos da puta?...

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