quinta-feira, 5 de abril de 2012

chavalo amigo, tu a fazeres contas és um tratado!


O meu forte não são contas mas estas até são boas de fazer. E isto vem a propósito da aparente falta de inteligência que revela a intenção de incluir, ou distribuir os subsídios de natal e férias pelos 12 meses de ordenado. 
A ideia é esta. No total, o dinheiro gasto acaba por ser o mesmo, seja pago de uma assentada, ou em suaves prestações mensais... Claro que, incluído no ordenado dá uma sensação de que se foi aumentado, mas é evidente que não; é mentira e qualquer um chega rapidamente a essa conclusão. Também não vou agora aqui perder tempo a especular sobre a coincidência do dinheiro voltar a ser pago em ano de eleições legislativas e o camano. Não e adiante, que de resto... 
Bom de resto, se tenho mesmo que pagar esse total, não será melhor pagá-lo todo junto, seja em Agosto, pelas férias seja em Dezembro, pelo Natal?... Em vez de o pagar lentamente, ao longo de todo o ano?  É que, se pagar tudo junto, em Agosto, ou em Dezembro, até lá, o dinheiro está na minha conta e é para a minha conta que ele está a render juros. Se pagar o dinheiro em prestações mensais, esses juros hão-de descer de forma evidente. É menos dinheiro para os cofres do Estado.
Já quanto à ideia de estender esta medida aos privados, ou seja, obrigá-los a cortar os subsídios de Natal e Férias, ou fazê-los distribuir também esse dinheiro pelos 12 meses de ordenado... isso é que não sei se não será mesmo anti constitucional.. Que lei pode impedir uma pessoa de gerir o que é seu como bem entende? Ou seja, quem me  pode impedir de pagar os salários que bem entenda aos meus trabalhadores e dar-lhes os subsídios que me apeteça, ou mandá-los mesmo de férias para a Polinésia com tudo pago?...  Aliás, só assim se percebe alguns ordenados e aumentos de ordenado e ajustes de ordenado, que se vão conhecendo em várias empresas e nem todas tão privadas quanto isso.
De resto, talvez para o estrangeiro, o facto de se riscar da folha de pagamento o conceito de 13º e 14º mês, chegue e baste... mas a verdade é que, feitas as contas , a despesa acaba por ser a mesma e, como se viu, pode até resultar num ligeiro prejuízo para o Estado.. 
Já quanto a invocar-se o exemplo de outros países europeus, onde este tipo de medida alegadamente vigora... Aí só há uma reacção óbvia... Tomara nós, que Portugal se pudesse comparar com esses países! E não só na questão dos subsídios, claro... mas  no resto , principalmente no resto tudo! A começar pela assistência social, ensino, justiça, saúde, ordenados e outros pequenos luxos  a que a gente se vai habituando sem dar conta...

Mas a verdade é que, a questão que fica realmente em aberto é outra - que faço eu com esta informação? Continuo a fingir que acredito?...

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