quarta-feira, 23 de maio de 2012

quem o diz é quem o é, cala a boca jacaré!


Vem no Público e tem a ver com o movimento auto denominado de "Precários Inflexíveis", um movimento cívico criado por jovens trabalhadores em regime laboral precário, como o nome indica, aliás...
Pois a notícia, resumidamente, fixa-se nisto: o tribunal acaba de mandar suspender todos os comentários na internet, que digam respeito a uma certa empresa de marketing directo e vendas porta a porta. A história conta-se num instante. No blog dos "Precários Inflexíveis", alguém contou a história pessoal, em que uma empresa de marketing directo lhe ficou a dever o salário. Logo os comentários começaram a chover. Mais de 300 e, entre eles, muitos apontavam uma situação semelhante, acontecida com uma outra empresa do mesmo ramo. Acontece que essa outra empresa (esta, que provocou a notícia) se sentiu ofendida e recorreu aos tribunais, em nome... justamente do bom nome e da honra ofendida. 
A acusação, nesses comentários, era bastante explícita: era a de práticas desonestas e fraudulentas; coisa de peso e quem não se sente... por aí fora. Ora, o tribunal, antes que lhe caísse o Carmo e a Trindade em cima, apressou-se a ressalvar que não está aqui em causa a liberdade de expressão e informação, mas que esse direito tem limites e assim sendo –recusando-se embora a proibir a publicação dos comentários, como  a tal empresa pedia – ficou-se por uma espécie de solução de compromisso, mandando apenas que os comentários fossem ocultados, ou suspensos... Diz ainda o jornal que o tribunal fixou uma multa de 50 euros, por cada dia de atraso no cumprimento desta decisão.
E aqui chegados, salta à ideia a declaração do primeiro ministro, a propósito das alegadas pressões e intimidações, ou chantagens do ministro dos assuntos parlamentares, sobre uma jornalista do Público... Supostamente, em defesa de Relvas, Passos Coelho afirmou que este governo não faz pressões nem  chantagens. Que não é timbre deste governo fazer tal coisa. 
E com esta declaração pretendia o primeiro ministro esclarecer o caso e pôr eventualmente uma pedra sobre a coisa, ou o assunto... 
Falta lembrar que, o que está em causa não é o Governo, mas o cidadão Miguel Relvas que, enquanto ministro, poderá ter feito pressão, chantagem, ameaças veladas, ou coisa parecida sobre, no caso, uma jornalista...
Mas, voltemos aonde  estávamos e deixem que vos lembre que, se  no principio era o verbo  e a palavra já foi suficiente para selar acordos e garantir compromissos...  hoje não será tanto assim  e hoje dificilmente um criminoso se safaria em tribunal se dissesse ao juiz, pois sim está bem, mas acontece que não é timbre da minha personalidade assaltar pessoas, ou desancá-las ao estalo para lhes roubar a carteira... por isso, meritíssimo, com vossa licença,  muito bom dia e passar bem!

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