terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Um plano... com Objectivos .

E a avaliar pelos sorrisos rasgados com que aparecem em todas as fotografias na imprensa de hoje, o Conselho Europeu terá corrido benzinho. 
Por exemplo, quanto à questão do desemprego e do crescimento sustentado da economia europeia, se não se vê ainda a luz ao fundo do túnel, há pelo menos uma esperançosa janela que se abre, tão radiosa quanto os sorrisos dos líderes europeus reunidos ontem em Bruxelas.
Os jornais de hoje escrevem que Bruxelas exige a Passos Coelho emprego para jovens. Enfim, o mesmo anda a ser pedido pelos mais directos interessados, há já algum tempo... Sendo agora exigência que desce de Bruxelas, talvez que sim...
Mas o desafio é mais vasto e abrange um território maior. 
Diz, por exemplo, o Jornal de Notícias, que Bruxelas paga o combate ao desemprego dos jovens... Já o Diário de Notícias escreve que os líderes europeus decidiram que a promoção do crescimento e o combate ao desemprego são duas prioridades inadiáveis...
Mas regressemos ao JN
...Que foi Durão Barroso, enquanto presidente da Comissão Europeia, quem levou a proposta ao Conselho Europeu. Sendo a proposta, como já se viu, a de reduzir o desemprego entre os jovens. Diz também que essa intenção foi muito bem recebida por Passos Coelho, que considerou que o estímulo ao crescimento e ao emprego só pode ser positivo. 
Segundo dados do Eurostat, o desemprego entre os jovens portugueses já atinge os 30%...
Quanto à proposta de Durão Barroso... Muito concretamente fixa-se nestes termos. Citemos: redireccionamento de fundos comunitários... por forma a interromper um círculo vicioso que afecta a Europa nos dias de hoje... e que é dominado pelo fraco crescimento , a baixa competitividade e um nível de desemprego inaceitável... Acrescentou ainda, Durão Barroso, que não é possível aceitar que quase um quarto dos jovens europeus estejam desempregados.
Ora deixemos agora as banalidades e lugares comuns e frases de efeito e declarações de boas intenções em geral e vamos  direito ao assunto.
De que forma pretende a Comissão Europeia vencer esta guerra ao desemprego juvenil na Europa comunitária?..
Bom, para já – e segundo Durão Barroso -  nas próximas 11 semanas até meados de Abril, grupos de acção, formados por técnicos da Comissão Europeia e dos Estados membros vão desenvolver planos com objetivos que possam ser incluídos nos programas nacionais de reformas...
Ora aí está! Tão simples quanto isto. Podeis esperar sentados, mas com essa garantia... de que se estão a desenvolver planos com objectivos, que , depois de desenvolvidos, hão-de ser incluídos nos programas nacionais de reformas.
E – meus amigos – por muito céticos que a vida vos tenha tornado, havereis de admitir que não há nada que chegue a um plano com objectivos... nem nada tão apaziguador dos maiores receios. 
Um Plano... com Objectivos .

se nesse 1º de Dezembro de 1640 se tivesse o povo e o mestre de Avis detido em tanta burocracia...

Vem hoje em todos os jornais e, por estas, ou outras palavras diz  que o CDS quer que o 1º de Dezembro continue a ser assinalado e celebrado  nas escolas portuguesas e no Parlamento.
E que é nesse sentido, que os centristas vão propor ao Parlamento que se abra um debate sobre esta matéria...
E a proposta acrescenta que o 1º de Dezembro, dia da restauração da independência nacional, seja celebrado não só nas escolas e no Parlamento, como em todas as missões diplomáticas em todo o mundo. 
O Público, por exemplo, terá perguntado ao líder parlamentar centrista de que forma esta ideia, em termos regimentais, se  poderá concretizar.  E a resposta foi evasiva... aliás, não foi nenhuma. Mas ficou subentendido, que a solução pode passar por apresentar um projecto de resolução, ou seja, uma iniciativa de recomendação ao Governo. 
rematar a prosa, o jornal Público escreve ainda, que a pretensão do CDS é que o dia da restauração passe a ser realmente celebrado nas instituições.
E aqui chegados, a primeira conclusão que se retira desta última afirmação é a de que, até hoje, as instituições talvez não tenham celebrado o 1º de Dezembro como ele merece... Mas isso seria especulação gratuita. Já o certo, certo é que, se esta proposta do CDS for avante, o 1º de Dezembro, mesmo perdendo o direito a feriado , o que poderia libertar a população para um dia de festa e de memória desse dia redentor... mesmo assim, ganha o direito a ser celebrado com outras pompas pelos deputados em S. Bento. 
Será um dia em que, eventualmente, se trabalhará menos no Parlamento, que isto de cerimónias oficiais e celebrações de Estado é coisa para levar pelo menos meio dia...
Já quanto às etapas burocráticas que faltam ainda vencer até que esta proposta centrista vingue...  Sejamos honestos, se nesse 1º de Dezembro de 1640 se tivesse o povo e o mestre de Avis detido em tanta burocracia... por certo, hoje Portugal ainda era província de Espanha.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

o que mais gosto?...De gente invejosa

Desculpem mas não resisto. Vem no Correio da Manhã e cita-se Nicolas Sarkozi. 
Citemos então: "a Europa já não está à beira do abismo." (NS)
Terá, talvez, dado um passo em frente?!.. 
Adiante.

Ainda no Correio da Manhã...
Merece mesmo chamada de capa e é daquelas histórias em que eventualmente se pretende humanizar a criatura em causa, o protagonista da situação... Sendo, neste caso, a situação – a de ter-se surpreendido o primeiro ministro às compras num supermercado da Amadora. 
O jornal, talvez por uma questão de deontologia, não refere o nome do supermercado, mas ele é bem visível nas fotografias e até somos recordados que é o mesmo supermercado, que se emparelhou com a EDP, numa campanha de poupança, que já levantou algumas dúvidas e reservas. Mas isso agora é irrelevante.
Passos Coelho às compras num supermercado da Amadora. Essa é que é a notícia. 
O Correio espreitou até para o carrinho de compras do primeiro ministro e garante que levava uns sumos, comida para cão, coca cola e leite...
Diz também que foi muito simpático e até posou para a fotografia , ou antes, que nunca se negou à fotografia.  Acrescenta ainda o jornal que foi a imagem de um cidadão comum, a que os clientes deste supermercado puderam ver este fim de semana -  na tarde de sábado -  e sublinha mesmo o facto de o primeiro ministro ter esperado na fila da Caixa para pagar, como qualquer outro cliente...
Admita-se, que se fica agora com uma imagem bem mais cordial do primeiro ministro. Um homem que vai às compras, a um sábado à tarde, a um supermercado na Amadora, sem guarda avançada, só um segurança pessoal discreto e que sorri a quem passa e até se submete a ficar na fila da Caixa, como qualquer cidadão, para pagar as compras...
Seria mais apetitosa a notícia, se se tivesse escrito que Passos Coelho foi às compras, de sobrolho carregado, empurrando a arrogância no carrinho das compras e atropelando toda a gente no caminho e passando à frente de todos na hora de pagar?...
Vou dar outro exemplo, que pode parecer que não tem nada a ver. Por exemplo – nunca ouviram alguém dizer, quando se lhe pergunta o que mais gosta e mais o irrita... dizer que odeia a inveja, ou a mentira, ou a traição?...   Não vos fica logo a apetecer conhecer alguém que diga, por exemplo, rigorosamente o contrário? Ou seja – o que mais gosto?...De gente invejosa, mal formada, mentirosa e capaz de atraiçoar mesmo o melhor amigo, enquanto ele está a dormir.

se o sal não salga...

António Saraiva, que o Público de hoje apresenta como o presidente da Confederação Empresarial de Portugal...  acha que a legislação laboral é só um pedregulho na estrada do crescimento.

No seguimento da notícia, ficamos a saber que, para António Saraiva, o acordo assinado em sede de concertação social foi o possível e vale por um tempo, mas , garante António Saraiva, a CEP, a que preside, vai continuar a defender algumas  das propostas que ficaram de fora desse mesmo acordo; como por exemplo, as que compensavam o recuo no aumento do horário de trabalho diário. 
Acrescenta-se que, para António Saraiva, da CEP, o acordo  - este acordo da concertação social – não representa uma perda de direitos, mas apenas de benefícios, algo que deveria ter acontecido há já mais tempo.
E diz também, António Saraiva que, se os sacrifícios, agora impostos, não resultarem, as pessoas terão razões acrescidas para se indignarem...
Ora, deixemos agora isto por um momento e vamos até ao Diário deNotícias, onde se lê, em breve texto, que  - Portugal é o país europeu mais liberal. 
Bom, mais liberal , neste particular do mercado de trabalho, ou antes e mais particularmente ainda... no despedimento colectivo. 
Vamos ler: Portugal é o país europeu onde é mais fácil avançar com processos de despedimento colectivo. Segundo o ranking de protecção laboral da OCDE, numa escala  de 1 a 6, Portugal está no 1,88. O que representa não só o valor mais baixo entre os países europeus avaliados, como carimba o país como um dos mais liberais entre todas as economias da OCDE...
Como se viu, para António Saraiva talvez não o seja ainda suficientemente – liberal, digo eu...  
Já quanto ao resto... se os sacrifícios não resultarem, as pessoas terão acrescidas razões para se indignarem... enfim, não vamos por aí... que – segundo já vimos, não vá de confundir-se direitos com benefícios... e aqui neste caso, se os sacrifícios não resultarem... se alguém tem o direito a indignar-se será quem decretou esses mesmos sacrifícios. Certamente não porque a receita esteja errada... mas porque, como dizia o padre Vieira... se o sal não salga, não será porque a terra não se deixa salgar?
Ou, se preferirem a versão brechtiana da coisa: não será melhor demitir este povo e eleger outro?...

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

antes vaca barrosã, que boi do yorkshire

E já desde os tempos do partido único em Portugal, que eles são conhecidos. Na altura chamavam-se-lhes sobrinhos e afilhados... Gente que singrava na vida profissional protegida e amparada por outros, colocados em posição de maior poder e influência...
Entretanto, num esforço de um certo cosmopolitismo basbaque, começou a chamar-se , a esta classe profissional – os rapazesa rapaziada (em linguagem ainda mais descontraída...) E resumiu-se o conceito nesta frase feita: No Jobs for the Boys.
A coisa banalizou-se entretanto e hoje, ainda inspirados por esse cosmopolitismo basbaque , os boys entraram na linguagem comum, quando se quer denunciar um certo tráfico de influências, ou o que, em linguagem mais chã se chama – o Universo das Cunhas.
Mas isto, se a linguagem, como alguém já disse – é uma fonte de mal entendidos... ela é às vezes também  uma armadilha quase faceta.
Atentemos neste título, que o Diário de Notícias hoje puxa para a primeira página. A matéria e o protagonista nem serão o mais importante, neste caso, mas antes este título... LM – deixem que o identifique assim , porque para o que importa, o que menos importa ainda é saber quem o disse... portanto... LM, ao DN, e apropósito de ter sido nomeado para um cargo, que levanta sempre alguma polémica...  garante que não é um boy. Citando o próprio e na primeira pessoa, o jornal escreve, em forma de pergunta admirada: Boy, eu?...
E era isto. 
Enfim, era isto que tinha para vos dizer, a propósito das armadilhas da linguagem. 
Ainda mais se a nossa pronúncia e jeito para línguas estrangeiras não for dos melhores...

comendas p'lo stº António?!

Agora é definitivo. O governo vai acabar com dois feriados nacionais.
Foi ontem oficialmente comunicado ao país, pelo Ministro da Economia e do Emprego, no final da reunião do Conselho de Ministros...  O 5 de Outubro e o 1º de Dezembro. 
Falta saber quais os dois feriados religiosos, que a Igreja Católica Portuguesa aceita eliminar, para que se complete o total de 4 dias feriados a abater. O governo diz que para isso há-de reunir também com os parceiros sociais. Mesmo os laicos?...
Mas, tudo indica, como aliás já se diz e fala há algum tempo.. tudo leva a crer que sejam o 15 de Agosto e o 8 de Dezembro... Dias consagradas a duas Nossas Senhoras... 
Quanto ao 5 de Outubro - dia da Implantação da República e o 1º de Dezembro, da Restauração da Independência... diz o jornal, fazendo eco das vozes mais críticas, que nem Salazar teve a coragem de mexer nestes dois feriados, que simbolizam um pouco da identidade nacional. 
O ministro Álvaro Pereira, para cortar cerce esta questão, disse ontem que não faria sentido acabar com o 25 de Abril, ou o 1º de Maio, ou mesmo o 10 de Junho. E que, tirando esses, não via mais nenhuns... Enfim, no caso do 10 de Junho, tínhamos ainda o problema das medalhas e das comendas. Dá-las p'lo Stº António não teria o mesmo impacto.
Aliás, em relação ao 10 de Junho, o ministro prometeu que as próximas celebrações serão alargadas e mais nacionais ainda do que é costume – citando – uma festa nacional mais alargada. Quiçá para compensar a extinção do feriado do 1º de Dezembro... Diz o jornal que o Governo  não dá assim tanta importância à eliminação destes feriados, tendo em conta  o significado simbólico que eles representam. Porque mais importante é reforçar a produção. Aumentar a produtividade nacional.
Aqui, há vozes críticas que lembram os países onde há mais feriados do que em Portugal e que, nem por isso, são menos competitivos... 
Pois, porque, se calhar, o que importa nem é tanto as horas que se trabalha, mas o que se faz, o que realmente se produz durante esse tempo.
Que é como quem diz... não basta picar o ponto, às 9 em ponto, pontualmente, todos os dias e até ao sábado, se depois se deixar a gente ficar, por ali, flanando, a fingir que sim, a enrolar, a mexer em papelinhos como quem faz de conta, mas em verdade... a fazer  horas. Não horas extraordinárias, mas a fazer horas para essa hora extraordinária. A hora de voltar a picar o ponto e  ir embora. 
E sejamos honestos... Com esta abolição de feriados, o mais certo é que, nos primeiros tempos, esses novos dias de trabalho rendam tanto, mas tanto, tanto, tanto... que, se o país não sair rapidamente da crise, é só mesmo por pirraça e má vontade.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

ai ai salpicão

Diz o jornal, que faz hoje anos que Lisboa tremeu abanada por um sismo que  destruiu parte da cidade e em particular a colina de santa Catarina. Foi em 1531. Chiça!

E agora vamos até uma quase boa notícia.
Vem no Jornal de Notícias, como aliás a efeméride de que vos acabei de falar... e vem a dizer que o fumeiro é uma indústria à prova de crise.
Por estes dias celebra-se a feira do fumeiro em Montalegre, Trás os Montes e o jornal abre a prosa... com estes versos: janeiro janeiro/vou à festa do fumeiro/ ai ai alheira/ ai ai alheira/ chouriça e presunto barrosão/ ai ai salpicão / ai ai salpicão...  fim de citação.
Tirando isso, o jornal lembra e sublinha que o fumeiro é um negócio em ascensão e que envolve milhões de euros , levando o turismo a reboque. Acrescenta ainda que por esta altura se multiplicam as feiras que arrastam milhares de apreciadores, enchendo hotéis e restaurantes. Há até – enfatiza o JN – há até pacotes turísticos especiais para esta altura do ano...
O que o jornal não refere, até porque seria de um certo mau gosto e estragava a alegria da boa notícia .. ou da quase boa notícia... o que o jornal não refere é o que torna esta, numa quase boa notícia.... e o caso é este. Bruxelas, já não é primeira vez que alerta e aponta o dedo aos perigos do fumeiro.... Diz que é um processo de cura dos alimentos que comporta alto risco de provocar o cancro nos consumidores. Admitamos que pode ser  assim. As chouriças são curadas levando com doses maciças de monóxido, ou dióxido de carbono , enfim, fumo, fumarada... o que, como se sabe, não dá grande saúde a ninguém... Aliás, parece que é certo, que nas zonas onde o consumo de carne de fumeiro é maior, maior também é a taxa de casos de cancros gástricos e intestinais.
Não há bela sem senão... 
Seja alheira ou salpicão.

em princípio é a Pose

Muito sinceramente, até admito que o jornal Público hoje se tenha divertido um pouco, ao escrever esta prosa, cujas ressonâncias nos levam até aos princípios do século passado . Ou seja, admito que tenha mesmo escolhido este estilo de propósito, para sublinhar, de qualquer forma, uma qualquer coisa, que cada um julgará por si, o que seja.
Mas vamos ao texto. Vou transcrevê-lo na íntegra, não só por ser relativamente curto, mas mais para não estragar o efeito quase encantatório que a prosa provoca.Vamos a isto.
"Foi um dia diferente e mais descontraído o que a chanceler Angela Merkel viveu, anteontem, em Berlim."  (sim que ontem já em estava em Davos, na Suiça, numa estância gelada , mas decerto muito acolhedora, onde decorre o Fórum Económico Mundial...  mas regressemos à prosa. Tinha prometido que não a interrompia... peço desculpa.) "Pelo quinto ano consecutivo, Merkel recebeu associações recreativas de toda a Alemanha, que apresentaram aquilo que serão os festejos de carnaval em cada um dos estados. No gabinete da chanceler ouve-se música, na verdade, diariamente, mas hoje mais do que nunca, brincou Angela ...” (portanto, era mesmo a própria chanceler a falar de si própria na terceira pessoa, como os reis e os futebolistas... Pronto, agora é que não interrompo mais) “Ouviram-se canções de 14 das 15 regiões que marcaram presença na recepção de boas vindas; bem como se dançou para a governante. Merkel recebeu medalhas dos carnavais de todos os estados presentes. Um dos que faltaram foi o da cidade natal da chanceler, lamentou Merkel. Com um sorriso, Merkel recebeu várias prendas, entre elas um ganso de ouro – na verdade de plástico, mas bem dourado - e foi aconselhada a acaricià-lo. Talvez ponha um ovo de ouro, que certamente a senhora Merkel saberá como bem usá-lo – declarou o ofertante, mascarado de príncipe."
E é isto. Na foto, a chanceler afaga, com uma expressão que não se percebe se é de repulsa, ou pretende ser uma expressão de cumplicidade galhofeira com a situação... afaga, dizia eu, o pescoço do ganso de plástico dourado, que ostenta garbosamente uma medalha de uma qualquer ordem honorífica de que se desconhece o patrono... Mas fixemos-nos no mascarado ofertante. Mascarado de príncipe e aqui o cenário ilumina-se. Porque é mesmo para esse universo imperial de reis e príncipes e ademanes e mesuras cortesãs, que estas cerimónias republicanas insistem em nos empurrar... Talvez se pense que, se não for assim com este colorido folclore e reverência, ninguém nos leva a sério, nem respeita... Talvez se pense que o hábito , afinal é que faz o monge... Talvez tenhamos que rever o conceito e passar a reconhecer que, em verdade, no princípio ninguém sabe, mas agora, em princípio é a Pose.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

os elefantes de Sumatra, os tigres de Bengala e os linces da Malcata (bàsicamente estão lixados)

Vem na última página do Público e alerta para o perigo de extinção a que estão expostos os cerca de 900 elefantes de Sumatra, que ainda restam  nos dois parques nacionais da província de Lampung, na Indonésia.
Diz o jornal que, no espaço de uma geração, a população sofreu um decréscimo  para metade e que assim sendo, no espaço de 30 anos, ou menos ainda, todos os elefantes de Sumatra podem ter desaparecido da face da  Terra, ou, pelo menos, da face da ilha de Sumatra... O alerta surgiu em comunicado da World Wildlife Fund for Nature – em tradução trapalhona – o Fundo Mundial de Vida Selvagem para a Natureza , ou o Fundo Mundial para a Natureza e Vida Selvagem... ou por aí.
Ora, os elefantes de Sumatra, os ursos polares, os tigres de Bengala, ou os próprios linces da Malcata... Sejamos honestos. A menos que alguém queira adoptar um elefante de Sumatra, ou mesmo um simpático urso polar... estou em crer que parte desta preocupação com a vida selvagem e espécies ameaçadas de extinção  revela – ou antes – esconde uma outra preocupação maior...  que é esta: por este andar, estamos a seguir.

o amigo não está semi tonado, está é desafinado.

Parece que não restam dúvidas, que o consumo de tabaco é prejudicial para a saúde ...  sempre... mesmo que o fumador viva 90 anos, a saúde ressente-se sempre e se não fumasse , talvez não vivesse até aos 150, mas viveria decerto com melhor qualidade de vida.
Bom, mas este nariz de cera serve só para vos dar conta desta noticia do Diário de Notícias - especialistas querem proibição de fumar dentro dos automóveis. em sub título explica-se que é para proteger as crianças e pela segurança rodoviária. E que por isso Portugal deve seguir o exemplo de outros países e proibir o tabaco nos automóveis. 
No caso do automobilista não ter crianças , sobra a segurança rodoviária. 
Sendo que aqui fica por saber o que será mais perigoso... Fumar ao volante, ou falar ao telemóvel, ao mesmo tempo que se engata uma terceira para ultrapassar o camião que vai à frente?...
E avançamos um par de páginas até este outro assunto que merece chamada de capa no DN, ou seja, do estatuto de excepção garantido ao Banco de Portugal, na questão dos cortes em subsídios e ordenados.
Os jornais de hoje dizem que os deputados reconhecem  a incapacidade de impor cortes ao banco central...  O DN acrescenta entretanto        que o próprio banco se escuda com esse estatuto de independência que o poupa a este esforço nacional de contenção, mas que acrescenta também que espera pareceres jurídicos para sustentar a decisão que vier a tomar sobre os pensionistas... 
Carlos Costa, presidente do Banco de Portugal, afirma que a administração prescindiu dos subsídios e que se farão cortes equivalentes nos outros subsídios e prémios para o pessoal...
Entretanto, para enquadrar legalmente a coisa, o jornal transcreve o parágrafo onde se ratifica este estatuto de excepção do banco centralO Banco de Portugal, como a CMVM, são pessoas colectivas de direito público dotadas de autonomia administrativa e financeira e de património próprio. Mesmo assim, a CMVM vai fazer cortes nos subsídios do pessoal e o Banco de Portugal não parece que o tencione fazer, por enquanto.
E agora Passos Coelho!
Diz Diário de Notícias que Passos Coelho disse ontem que não há excepções no Estado, mas que pôs de fora o Banco de Portugal. Sublinha o jornal que Coelho deu o exemplo da Caixa Geral de Depósitos, mas o Banco de Portugal é diferente, já que decorre da própria lei e que, para além do mais, o banco de Portugal tem filiação no Banco Central Europeu.
Enfim , todos os argumentos serão válidos e sustentados por razões que, se calhar, até a própria razão desconhece... 
Agora, temos aqui uma afirmação que, sem grande esforço, cai pela base , com um sopro. Esta, que, segundo Passos Coelho, não há excepções no Estado Português.   
Porque não é verdade. Há esta excepção – o Banco de Portugal. E em português, o que não é verdade, é mentira . Ou, refazendo a frase e com vénia ao maestro Vitorino de Almeida... Como ele costumava dizer: o amigo não está semi tonado, está é desafinado mesmo.